Folhado de maçã

quinta-feira, abril 14, 2005

Um poema de presente

Quem morre?
Morre lentamente

quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca
(...)
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
(...)

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

3 Comments:

  • At 7:47 da manhã, Blogger [ momentos ] said…

    porque isto és tu...

    "Seria incapaz de viver sem os meus amigos. Sem a consciência de que existem e são como são.
    Em tempos mais adversos dou comigo a enunciar mentalmente os seus nomes para me assegurar de que estão presentes e muito próximos.
    Falo da proximidade do coração, naturalmente. Ninguém tem muitos amigos íntimos.
    Pessoas com quem está com inteira verdade e toda a devoção.
    Não sou excepção e, por isso mesmo, dou ainda mais valor àqueles que verdadeiramente amo.
    Sei hoje quem são os amigos que me acompanham até ao fim e vivo feliz com a ideia de que estaremos sempre presentes
    e disponíveis uns para os outros. Gosto de estar com eles, divertem-me e divertimo-nos juntos mas, acima de tudo, dão sentido à minha vida.
    Desdobram, alisam e ampliam a minha existência.(…)
    São aqueles que falam verdade, que não se protegem nem escudam,
    perguntam aquilo que temos necessidade que saibam e respondem aquilo que precisamos de ouvir.
    Põem o dedo nas feridas mas não fazem doer. Curam.
    São tão amigos e é tão verdadeiro o seu amor que, mesmo distantes ou ausentes, estão sempre connosco.
    Com eles pode-se ter todas as conversas e falar sempre com o coração nas mãos.
    Ter o coração nas mãos, aliás, é uma imagem muito bonita e eloquente.
    Como se o pudéssemos oferecer, como se disséssemos ao outro que lhe entregamos a nossa vida.
    Uns e outros conhecem-se mais pelo silêncio do que pelas palavras. Só é possível partilhar o silêncio com um amigo verdadeiro.
    Com os outros é impossível. Tudo se torna pesado e aquilo que não conseguimos dizer transforma-se em equívoco.
    Com os amigos não, o silêncio é bom e traz muita paz.
    Não tropeçamos nas palavras, não nos embaraçam os gestos e o olhar nunca se perde.
    Vai direito ao essencial. Trespassa-nos porque nos conhece, no melhor e no pior e sabe sempre como somos e sentimos.
    Para além do silêncio, das palavras e dos gestos há outras maneiras de saber quem são os amigos verdadeiros.
    Conhecem-se pela intimidade mas, também, pela liberdade. Por seguirem o seu caminho e nos deixarem seguir o nosso.
    Estão por nós mas não vivem a vida em vez de nós. Seguram-nos mas não nos prendem.
    Sabem que precisam de estar livres e dão-nos essa liberdade também.
    Sei, porque sinto, que a amizade é como o amor. Parece diferente mas é quase igual.
    A vantagem, na verdadeira amizade, é que existe menos posse, menos ciúme e mais liberdade.
    Por isso gosto tanto do amor dos meus amigos.”

     
  • At 6:50 da manhã, Blogger Tosttas said…

    Cara maçãzinha,

    Como pareces doce e suculenta! Apetece-me descascar-te e dar-te uma mordidela! Maçã roubada em tarde quente de verão, é impossível seres farinhenta, reineta ou bexigosa!

    Serás tu a “Maçã de Junho” de que falava o Jorge Palma? Pelo menos, por aquilo que escreves, pareces ser a “estrela da alvorada e a madrugada junto ao cais, (...) alegria e muito mais.”

    E eu? Tu não me conheces. Sou amigo dum amigo teu. Para veres a quem me refiro, basta ires ao nosso blog (campolide.blogspot.com), que ao lado do teu, rosado e cheio de vida, parece um pouco cinzentão...

    Parabéns pelo blog!!

    >

     
  • At 10:31 da tarde, Blogger maçãzinha said…

    Olá Tosttas, Jorge Palma foi uma boa escolha! Sim, indiscutivelmente alegria e, de preferência, um pouco mais. Obrigada:)
    Quanto a [we], espero conseguir (corr)responder no dia-a-dia;)

     

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